Após 15 anos de existência, Bolsa de valores mudará Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). A mudança acompanha a demanda crescente do mercado por investimentos de impacto.
ISE é formado por 36 ações de 30 companhias, cujo valor de mercado ultrapassa 1,6 trilhão de reais. Atualmente, é a principal plataforma de informações ESG disponível para o investidor comum.
O objetivo é tornar o ISE mais atrativo para investidores e empresas. A B3 espera também abrir oportunidades de mercado com o produto. Para isso, irá mudar as métricas de avaliação das empresas, adotando padrões ESG internacionais, e tornar a metodologia mais transparente.
O conceito de investimento de impacto está ligado à sigla ESG. Ela é a abreviação para Environmental, Social and Governance, e indica o grau de comprometimento de uma empresa com questões ambientais, sociais e de governança.
Uma nova visão de negócios conectada a sustentabilidade.
Lá fora e aqui no Brasil, os sinais de que os investidores estão mais atentos aos impactos sociais e ambientais das empresas já estão bem claros.
Um exemplo deste “modo alerta” dos investidores é o fato que ocorreu este ano, onde um grupo responsável por investimentos de cerca de R$ 20 trilhões enviou uma carta aberta às embaixadas brasileiras de oito países. Eles estão preocupados com o aumento do desmatamento no Brasil. A carta, assinada por 29 grandes fundos internacionais de investimento, foi enviada às embaixadas do Brasil nos Estados Unidos, Japão, Noruega, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, França e Holanda.
Entenda as mudanças no Índice de Sustentabilidade Empresarial.
A primeira fase do projeto consiste em setorizar o questionário aplicado nas empresas já que atualmente, todas as companhias respondem as mesmas perguntas. Outra mudança é a inclusão de dados externos à análise, inclusive de notícias sobre as companhias. Ao final da análise, cada empresa terá um score baseado no seu desempenho por dimensão e indicadores, ranking setorial e critérios de materialidade (específicos para cada setor).
Outra novidade é que a B3 também trabalha no desenvolvimento de uma plataforma para a negociação de créditos de carbono. A expectativa é de que esse mercado seja regulado, globalmente, em dezembro do próximo ano, na Conferência do Clima da ONU (COP25), que acontecerá na Escócia. Por enquanto não há previsão para conclusão do projeto, ou seja, nós resta aguardar ansiosamente.
fontes: Valor Econômico, Exame e Jornal do Brasil.