No 2º semestre do ano, uma das datas mais aguardadas pelo comércio, e pelos consumidores também, é a Black Friday. A “sexta-feira dos descontos” é uma tradição que teve origem na América do Norte e foi se disseminando por todo o mundo com o objetivo de limpar o estoque daquele ano nas lojas, oferecendo descontos atrativos numa imensa variedade de produtos de todos os setores.
A questão é que, se por um lado as lojas comunicam as tais oportunidades incríveis de riscar aquele item da sua wish list, por outro lado toda a população segue sendo excessivamente bombardeada por estímulos a compras, que em muitas das vezes, não são necessárias e tampouco imperdíveis.
Invadindo a contramão, surgem os movimentos pedindo por mais consciência no consumo.
Questionando o consumo e o consumismo, respectivamente, o Dia Mundial sem Compras e os movimentos chamados de Green Friday trazem para essa febre de “vou comprar porque tá na promo” um pedido por mais responsabilidade nas escolhas de consumo.
O Dia Mundial Sem Compras é um protesto contra o consumo desenfreado e que acontece sempre no último sábado de novembro, no dia seguinte a Black Friday. O objetivo é chamar a atenção dos consumidores dos efeitos destruidores que os nossos hábitos de consumo podem ter a nível global, e em especial nos países de terceiro mundo. O primeiro dia sem compras foi organizado no Canadá em 1992.
Já a Green Friday nasceu como uma reação ao impulso consumista da Black Friday. O objetivo não é combater totalmente as compras, mas responsabilizar os consumidores e levá-los a refletir sobre a importância de não agir compulsivamente. Várias marcas já se associaram a este movimento.
Outro movimento, que não possui um nome oficial, mas que se posiciona contra as ações da Black Friday vem das marcas que já nascem com a proposta de manter uma estrutura de desenvolvimento sustentável, como é o caso do Mercado Sem Lixo e da Mapeei. O primeiro ponto que elas defendem é que promover descontos massivamente em todos os seguimentos incentiva o grande problema do consumismo. A segunda questão é que partindo do ponto de que uma marca sustentável já pratica comércio justo na sua essência, a ação de oferecer descontos significa explorar alguma área nesta cadeia produtiva. Ou seja, salário injusto de funcionários, pagamento não adequado aos fornecedores e pequenos produtores, combate a mão de obra escrava ou até mesmo a extração ilegal de matéria prima na natureza.
Parece complexo? A verdade é que o movimento dos consumidores conscientes está considerando cada vez mais esse posicionamento das marcas frente aos desafios atuais da sociedade. Para continuar falando mais neste assunto, indicamos você ouvir este podcast com a Aline Matulja sobre o tema: “A Black Friday é mesmo a vilã da vida sustentável?”.
E nestes tempos de impulso por compras a flor da pele, não podemos esquecer que:
Brincadeiras a parte, comente abaixo o que você acha desses movimentos pelo consumo consciente. Se você tem uma marca, compartilhe com a gente quais ações você desenvolve por aí.